Quando falamos de soberania popular, estamos falando de participação política radical. Estamos dizendo que as decisões que afetam as pessoas devem ser discutidas e construídas por elas mesmas. Responder perguntas simples, como «o que comemos?», ou mais profundas, como «de onde vem o gás que cozinhamos?», ajudam a elaborar respostas emancipatórias diante da dependência que temos das empresas que produzem e distribuem, nesse caso, alimentos e energia.
Soberania é decidir sobre nossas vidas e não deixar nossos vínculos e redes disponíveis para o mercado.
O sistema alimentar industrial, o modelo energético predominante e as tecnologias que utilizamos diariamente podem parecer inocentes. Mas, por trás deles, há um projeto político proposto por uma ordem mundial racista, colonial, mercantilista e misógina, baseada em monopólios e na geração de dependência. Povos e mulheres sempre têm uma resposta e trazem alternativas, nas quais produzir, gerir, distribuir e consumir são decisões próprias, construídas a partir da experiência de organização e conhecimento popular que busca sustentar a vida, e não acumular capital.
Neste episódio de Fúria Feminista, vamos ouvir vozes de diferentes mulheres sobre soberanias: Karin Nansen, da REDES – Amigos da Terra Uruguai, apresenta uma análise sobre a soberania tecnológica; Sarah Luiza, da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil, reflete sobre a soberania energética; e Francisca «Pancha» Rodríguez, da Coordenação Latino-Americana de Organizações Rurais (CLOC-Via Campesina) explica a origem do termo soberania alimentar.
Este primeiro episódio de 2023 inclui relatos sobre as mobilizações do 8 de março em diferentes territórios, além de recomendações de publicações e boa música. Não perca!