Representantes de comunidades de base de várias partes de Moçambique partilharam com a Rádio Mundo Real as suas experiências de vida em zonas onde se instalam megaprojectos, nas terras dessas populações locais, muitas vezes sem sequer lhes perguntar. Uma mesa, vários microfones, a comunicação popular como bandeira e os impactos do desenvolvimento prometido nas vozes daqueles que os sofrem nos territórios.
Como lhes roubam os seus modos de vida e costumes? O que lhes prometem? O que obtêm depois na realidade? Como se organizam para resistir? Que actividades realizam? Como se formam e se aconselham? Estabelecem ligações com outras comunidades que sofrem os mesmos abusos? Encontram pontos de contacto entre si ou com situações noutros países do continente e do mundo?
Todas essas perguntas, e outras mais, foram colocadas pela Radio Mundo Real numa transmissão ao vivo realizada com representantes de comunidades de várias regiões de Moçambique afectadas por projectos hidroeléctricos, de monoculturas de árvores, mineiros, de hidrocarbonetos, entre outros.
Foi em Maputo, Moçambique, no final do 9º Workshop de Maputo sobre Impunidade Corporativa [1] e Direitos Humanos, realizado de 29 de julho a 1 de agosto pela Justiça Ambiental JA! – Amigos da Terra Moçambique [2]. O workshop contou com a participação de activistas e especialistas de Moçambique e África, especialmente, mas também de outros continentes.
Convidamo-vos a ouvir esta primeira edição da mesa radial, onde conversámos sobre o Workshop de Maputo com Erika Mendes, da Justiça Ambiental JA!, e com representantes de comunidades afectadas pela barragem de Mphanda Nkuwa, no rio Zambeze, na província de Tete, e pelas plantações de monocultura da Portucel, na província de Zambézia.